DIRBI – Nova Declaração da Receita Federal para utilização de Benefícios Fiscais
21 de junho de 2024

ARTIGOS/BLOG

Imposto Diferido: Entenda o que é, Quando Registrar e como ele Pode Impactar seus Lucros no Lucro Real

Se você atua com contabilidade no regime do Lucro Real — ou deseja se posicionar estrategicamente nessa área — entender o imposto diferido é mais do que importante: é essencial.

Esse conceito técnico impacta diretamente o balanço patrimonial, a demonstração de resultados e pode ser um grande aliado no planejamento fiscal. Quando mal interpretado, no entanto, também pode gerar distorções contábeis e riscos fiscais.

Neste artigo, você vai entender de forma clara e objetiva:

· O que é o imposto diferido

· Por que ele existe

· Diferença entre ativo e passivo diferido

· Como aparece nas demonstrações financeiras

· O que mudou com as normas internacionais (IFRS / CPC 32)

O que é o imposto diferido?

O imposto diferido representa o valor do IRPJ ou da CSLL que não será pago ou recuperado agora, mas sim no futuro, em função de diferenças temporárias entre a apuração contábil e a apuração fiscal.

Essas diferenças geram dois tipos de efeitos:

· Ativo fiscal diferido: expectativa de pagar menos imposto futuramente

· Passivo fiscal diferido: expectativa de pagar mais imposto futuramente

Qual é a base legal e contábil?

O imposto diferido é regulado pelo CPC 32 – Tributos sobre o Lucro, que corresponde à norma internacional IAS 12. Ela exige que as empresas reconheçam, no balanço, os efeitos fiscais futuros das diferenças entre o lucro contábil e o lucro tributável.

Exemplos práticos:

Ativo fiscal diferido (benefício futuro)

Imagine que sua empresa possui prejuízo fiscal acumulado. Quando voltar a ter lucro, poderá compensar esse prejuízo em até 30% por exercício.

Essa expectativa gera um ativo diferido, registrado no ativo não circulante.

Passivo fiscal diferido (obrigação futura)

Agora imagine que a empresa deprecia um ativo com base contábil mais rápida do que a base fiscal. Essa diferença temporária exige mais imposto no futuro — e deve ser reconhecida como passivo diferido.

Como o Imposto Diferido Aparece nas Demonstrações Financeiras?

Ele está presente em três pontos principais:

· Balanço Patrimonial: como ativo ou passivo diferido (no grupo não circulante)

· DRE – Demonstração do Resultado: na linha de IRPJ e CSLL, ao lado do imposto corrente

· Notas Explicativas: detalham a natureza, a base de cálculo e a expectativa de realização ou exigibilidade

Pontos de Atenção Importantes:

· Diferenças temporárias geram imposto diferido; diferenças permanentes, não

· O reconhecimento depende da expectativa real de realização futura

· Alguns impactos vão direto para o Patrimônio Líquido (ex: reavaliações ou ajustes em outros resultados abrangentes)

· O imposto diferido não substitui o imposto corrente — ele complementa a visão estratégica da apuração

E o imposto corrente, qual a diferença?

O imposto corrente é aquele calculado e pago de forma periódica — seja mensal, trimestral ou anual — com base no lucro real efetivo da empresa. Já o imposto diferido é um reflexo das diferenças entre os critérios contábeis e fiscais, e projeta efeitos para o futuro.

Conclusão:

O imposto diferido é uma ferramenta contábil técnica, estratégica e obrigatória para empresas no Lucro Real.

Sua correta apuração traz benefícios como:

· Transparência contábil e conformidade com as normas internacionais (CPC/IFRS)

· Melhor leitura do resultado da empresa

· Redução de riscos fiscais e autuações

· Eficiência no planejamento tributário

Tem dúvidas ou quer revisar o planejamento fiscal da sua empresa? Fale com a equipe da Gomes Consultoria Tributária.

WhatsApp: (17) 99612-1144 E-mail: contato@gomesconsultoria.com.br

Entre em contato